Como resultado da enorme campanha de angariação de fundos, os Leões ajudaram a salvar a visão de milhões de pessoas ao longo da década seguinte através de subsídios e projetos relacionados, especialmente cirurgias de catarata e outros serviços oftalmológicos.

Campanha SightFirst

Campanha SightFirst

História fundamental nº 18

Legenda da fotografia: Em 1990, alguns dos primeiros projetos financiados pela Campanha SightFirst ocorreram na América Latina com o enfoque no tratamento de catarata, a principal causa de cegueira em toda a região.

Há sempre uma sensação de aventura em uma nova iniciativa, e maneira pela qual os Leões servem os cegos é algo novo no mundo“. Em 1927, apenas dois anos depois de desafiar Lions Clubs International para que os Leões se tornassem os Paladinos dos Cegos, Helen Keller disse estas palavras, uma validação de que a sua convocação à ação tinha sido atendida. Mais de 60 anos depois, no entanto, ainda havia muito trabalho a ser feito. Era hora de Lions embarcar em um novo empreendimento.

No final dos anos 1980, a cegueira afligia 38 milhões de pessoas em todo o mundo. Se nada fosse feito, os especialistas previam que o número mais do que dobraria para 80 milhões na próxima geração.

Apesar desta situação desalentadora, havia um distinto raio de esperança. Os especialistas estimavam que talvez 80 por cento de todos os casos de cegueira fossem evitáveis, tratáveis ou mesmo curáveis. E cerca de 90 por cento das pessoas com deficiência visual viviam em nações em desenvolvimento, onde desafios significativos, porém superáveis, impediam o progresso. A situação era crítica, mas não impossível de ser resolvida.

Depois de mais de um ano de trabalho inicial, o conselho de curadores da Fundação de Lions Clubs International lançou oficialmente a Campanha SightFirst na reunião de junho de 1991, em Brisbane, Austrália. Esta se tornaria imediatamente a campanha de captação de recursos mais ambiciosa e de maior alcance da história da organização.

O objetivo da Campanha SightFirst era angariar US$ 130 milhões até junho de 1994 e visava vencer a cegueira em todas as suas diversas formas, através de projetos de subsídios conduzidos por Lions Clubes locais. Pensando nisto, os Leões dedicaram-se a criar programas que poderiam oferecer benefícios diretos e práticos às pessoas do mundo em desenvolvimento afligidas por doenças facilmente evitáveis ou tratáveis.

A causa mais comum de cegueira no início da década de 1990 foi, sem dúvida, a catarata, um embaçamento da lente do olho tipicamente relacionado ao envelhecimento, mas ocasionalmente causado por um defeito congênito. A cirurgia de catarata há muito tempo já era comum, segura e muito eficaz nos Estados Unidos, mas os países em desenvolvimento tinham ainda que enfrentar grandes obstáculos. A falta de instrução sobre as causas, sintomas e tratamentos para a catarata era um obstáculo. E os temores infundados do diagnóstico e tratamento era outro.

Supondo que uma ampla campanha informativa poderia ajudar a aumentar a conscientização, ainda havia muitos desafios inerentes a superar: a falta de atendimento médico acessível em áreas remotas, falta de infraestrutura de transporte ou comunicação para viabilizar tratamentos e falta de profissionais treinados, estabelecimentos e tecnologias para o tratamento oftalmológico.

Assim, a Campanha SightFirst tratou de mobilizar fundos e voluntários para remover tantos obstáculos quanto possível. Um exemplo: os programas criados para proporcionar transporte aos centros de tratamento. Inúmeros voluntários locais deram assistência a autoridades médicas e ofereceram transporte de ida e volta aos hospitais oftalmológicos para os pacientes, levando o Ex-Presidente Internacional J. Frank Moore III, que serviu de 2001 a 2002, a ressaltar com orgulho que os Leões não só doam dinheiro a uma causa, eles dão de forma generosa e ativa o seu próprio tempo. “Esse é um dos componentes-chave que os outros vêem em … poder fazer parceira com a gente, saber que nós temos este componente de mão-de-obra”, disse o Ex-Presidente.

Na verdade, o SightFirst reuniu parceiros poderosos na sua busca por erradicar a cegueira. A Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira, a Organização Mundial de Saúde, o Carter Center e muitas outras agências governamentais e organizações não governamentais ajudaram Lions com os esforços para combater não só a catarata, mas também a retinopatia diabética, tracoma e oncocercose (cegueira dos rios).

Após três anos de esforços incansáveis pelo mundo inteiro, em 14 de abril de 1994, Lions ultrapassou a sua meta, angariando um total de US$ 130.335.734, e até 1º de julho de 1994, o número ultrapassou US$ 140 milhões. Na década seguinte, estes fundos ajudaram a lançar e apoiar diversos programas e projetos em todo o mundo em desenvolvimento.

Em dezembro de 2005, US$ 182 milhões haviam sido angariados para 758 projetos em 89 países. Estes projetos incluíram a construção ou ampliação de 207 hospitais oftalmológicos, o fornecimento de 65 milhões de tratamentos para a oncocercose, o treinamento de 83.500 profissionais da área oftalmológica e o lançamento da primeira iniciativa do mundo de combate à cegueira infantil. As cirurgias de catarata financiadas por Lions também recuperaram a visão de cerca de 4,6 milhões de pessoas.

As realizações dos projetos financiados pelo SightFirst I foram tão inspiradoras e eficazes que uma segunda campanha de angariação de fundos, chamada Campanha SightFirst II, foi lançada oficialmente na Convenção Internacional de 2005 em Hong Kong.

Mais uma vez, os Paladinos dos Cegos tinham atendido a um chamado à ação. Mas havia ainda milhões para serem ajudados, nos países desenvolvidos, bem como do mundo em desenvolvimento, e o SightFirst em breve evoluiria mais uma vez para atender a esta necessidade em todo o mundo.

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