Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez (10/11)

Com uma população de mais de 10 milhões de pessoas surdas no Brasil, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao menos a metade das ocorrências poderiam ter sido evitadas ou minimizadas, por meio do acesso às informações da saúde auditiva e do devido acompanhamento médico. Para alertar sobre esse quadro, o Ministério da Saúde instituiu o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, 10 de novembro, pela Portaria de Consolidação GM/MS nº 1/2017. A data, comemorada nesta semana, tem por objetivo educar para prevenir, além de permitir o debate a respeito dos direitos dessa população.

A surdez é uma incapacidade ou dificuldade de ouvir que, dependendo do grau, será definida como deficiência. Essa condição pode ocorrer no nascimento ou pode ser adquirida. Em ambos os casos, os motivos podem estar relacionados a diversos fatores, como histórico familiar, infecções, síndromes genéticas, distúrbios morfológicos, traumatismo craniano e tratamentos invasivos, como quimioterapia. Outro fator a ser considerado nos diagnósticos desenvolvidos no decorrer da vida é o meio ambiente, como a exposição prolongada e recorrente a fontes de ruído acima do recomendável para a saúde auditiva.

O Sistema Único de Saúde (SUS), oferece uma série de serviços e tratamentos gratuitos que compreendem a triagem, monitoramento, acompanhamento, desenvolvimento da audição e linguagem, diagnóstico e reabilitação. Nesse sentido, há uma preocupação da Pasta para garantir a inclusão das pessoas com deficiência auditiva na cobertura de serviços do SUS.

Dados alarmantes foram apresentados em 2021 pelo primeiro Relatório Mundial sobre Audição da Organização Mundial de Saúde (OMS), (disponível em inglês) que estima que, em 2050, cerca de 2,5 bilhões de pessoas viverão com certo grau de deficiência auditiva e, no mínimo, 700 milhões dessas irão precisar de serviços voltados para recuperação. Presume-se que uma entre quatro pessoas terão problemas auditivos em 2050.

O documento ressalta o controle de ruído como um dos sete principais fatores de risco para a perda auditiva, necessidade de intervenções e a importância de mitigar a exposição a sons altos. Indica carência de investimentos públicos e financeiros, que são necessários à formulação de políticas públicas com cobertura universal preventiva, para a integração dos cuidados auditivos, e que priorizem a atenção à necessidade das pessoas que vivem com perda auditiva não tratada e doenças do ouvido.

Aproximadamente, 5,8 milhões de brasileiros têm algum grau de surdez, caracterizada como a dificuldade ou impossibilidade de ouvir.

A audição é constituída por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno, onde as ondas sonoras são transformadas em estímulos elétricos e enviadas ao cérebro, órgão responsável pelo reconhecimento daquilo que se ouve.

A surdez pode ter diferentes graus, tipos e causas. Pode ser congênita ou adquirida e afetar pessoas de qualquer idade sob variadas formas. Seus prejuízos são diversos e, comumente, provoca alterações na comunicação com grande impacto na saúde e na qualidade de vida, no desenvolvimento acadêmico e nas relações de trabalho.

Tipos e causas:

– Surdez de condução: é provocada pelo acúmulo de cera de ouvido, infecções (otites) ou imobilização de um ou mais ossos do ouvido. O tratamento é feito com medicamentos ou cirurgias

– Surdez de cóclea ou do nervo auditivo: é desencadeada por viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, exposição a ruído de alta intensidade, perda da audição provocada pela idade, traumas na cabeça, defeitos congênitos, alergias, problemas metabólicos, tumores.

Outros fatores podem provocar surdez:

– Casos de surdez na família;
– Nascimento prematuro;
– Baixo peso ao nascer;
– Uso de antibióticos tóxicos ao ouvido e de diuréticos no berçário;
– Infecções congênitas, principalmente, sífilis, toxoplasmose e rubéola.

De acordo com cada caso, o tratamento da surdez envolve medicamentos, cirurgias, uso de aparelho.

Prevenção:

– Em gestantes, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar surdez nos bebês, daí a necessidade dos cuidados pré-natais. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas;
– Teste da orelhinha: exame feito nos recém-nascidos que permite verificar a presença de anormalidades auditivas;
– Cuidado com objetos pontiagudos, como canetas e grampos, pois, se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões;
– Atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico especialista;
– Uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais provocados pelo ruído;
– Acompanhamento da saúde auditiva dos trabalhadores, por parte das empresas, visando eliminar ou reduzir o ruído no ambiente de trabalho;
– Evitar ambientes com ruído excessivo, especialmente por tempo prolongado;
– Evitar ouvir música em volume muito alto, especialmente com fones de ouvido;
– Infecções de ouvido, especialmente de repetição, são riscos potenciais de perda auditiva. O ideal é procurar um médico especializado e fazer o tratamento indicado com seriedade, sem automedicação;
– Procurar atendimento médico ao perceber alterações na audição, por exemplo, ao notar que está precisando aumentar o volume mais do que o usual.

Pessoas surdas enfrentam vulnerabilidades e precisam de maior protagonismo, novas oportunidades, acessibilidade comunicacional com maior participação de tradutores e intérpretes em Língua Brasileira de Sinais (Libras), oferta de educação e saúde bilíngue, além de respeito, compreensão e empatia por parte da sociedade.

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Fontes:

Conselho Federal de Fonoaudiologia
Escola Nacional de Saúde Pública
Surdo Cidadão
Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco

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